Os impasses à democracia participativa nos governos de esquerda : os casos do Brasil, do Chile e da Venezuela - Núm. 98, Abril 2019 - Colombia Internacional - Libros y Revistas - VLEX 776994865

Os impasses à democracia participativa nos governos de esquerda : os casos do Brasil, do Chile e da Venezuela

AutorKátia Alves Fukushima
CargoUniversidade Federal do Espírito Santo (Brasil)
Páginas105-135
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Os impasses à democracia participativa nos governos
de esquerda : os casos do Brasil, do Chile e da Venezuela
Kátia Alves Fukushima
Universidade Federal do Espírito Santo (Brasil)
COMO CITAR:
Fukushima, Kátia Alves. 2019. “Os impasses à democracia participativa nos governos de esquerda: os
casos do Brasil, do Chile e da Venezuela”. Colombia Internacional (98): 105-135. https://doi.org/ 10.7440/
colombiaint98.2019.04
RECEBIDO: 11 de dezembro de 2017
APROVADO: 20 de junho de 2018
REVISADO: 17 de janeiro de 2019
https://doi.org/10.7440/colombiaint98.2019.04
RESUMO. Objetivo/contexto: Este artigo tem como objetivo analisar se houve avanços
dos governos de esquerda, especicamente dos governos de Lula da Silva no Brasil
(2003-2010), de Hugo Chávez na Venezuela (1999-2013) e de Michelle Bachelet no
Chile (2006-2010), na conformação de uma democracia participativa. Metodologia:
A pesquisa foi orientada por uma análise comparada a partir de duas dimensões:
a) correlação de forças políticas e econômicas (com a oposição partidária, setores
empresariais, midiáticos e da igreja) e b) recursos políticos (oriundos dos legados
institucionais, do sistema político, dos pactos e da base de apoio social). A análise do
processo de implementação de mecanismos participativos e de aprofundamento da
democracia se faz a partir de três eixos analíticos: i) mecanismos de participação e
inclusão, ii) condições favoráveis à participação e iii) participação cidadã. Conclusões:
As conclusões mostram que o governo Bachelet —“governo de continuidades”— se
manteve mais próximo da “democracia de equilíbrio” em que a soberania popular
ca restrita à arena eleitoral, enquanto o governo Chávez —“governo de rupturas”—
se aproximou mais da democracia participativa. Já o governo Lula —“governo
moderado”— se posicionou em um ponto intermediário entre os dois casos.
H
Este artigo é parte dos resultados da tese de doutorado intitulada “A tensão entre democracia
e participação nos governos de esquerda: os casos do Brasil, Chile e Venezuela” desenvolvida
pela autora na Universidade Federal de São Carlos, com nanciamento do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Cientíco e Tecnológico–CNPq (Processo:140167/2013-7). Versão
similar do artigo foi apresentada no 9° Congresso Latino-americano de Ciência Política,
organizado pela Associação Latino-americana de Ciência Política (ALACIP) em Montevideo,
2017. Agradeço aos pareceristas externos, bem como aos editores da Revista Colombia
Internacional pelos comentários e sugestões que muito contribuíram para melhorar este
artigo. As limitações que ainda permanecerem são de minha inteira responsabilidade.
106
Colomb. int. 98 •  0121-5612 • e- 1900-6004
Abril-junio 2019 • . 105-135 • https://doi.org/10.7440/colombiaint98.2019.04
Originalidade: A maioria dos estudos sobre governos de esquerda e democracia
focam na teoria hegemônica de democracia. Sem embargo, este artigo buscou
analisar os governos de esquerda a partir do conceito de democracia participativa
proposto por Macpherson (1978) que compreende a democracia participativa como
o aperfeiçoamento da democracia liberal.
PALAVRAS-CHAVE: governos de esquerda; democracia participativa; América Latina;
Brasil; Chile; Venezuela.
The Impasses of Participatory Democracy in Leftist
Governments: The Cases of Brazil, Chile and Venezuela
ABSTRACT: Objective/Context: is article aims to analyze the progress made by le-
wing governments, specically the Lula da Silva government in Brazil (2003-2010),
Hugo Chavez in Venezuela (1999-2013) and Michelle Bachelet in Chile (2006-2010)
in the conformation of participatory democracy. Methodology: e research was
oriented by a comparative analysis from two dimensions: a) correlation of political
and economic forces (with partisan opposition, economic, media and church sectors)
and b) political resources (from the institutional legacies, the political system, the
pacts and the social support base). e analysis of the process of implementing
participatory mechanisms and deepening democracy is based on three analytical
axes: i) mechanisms for participation and inclusion, ii) conditions conducive to
participation, and iii) citizen participation. Conclusions: e conclusions showed
that Bachelet’s government (“government of continuities”) remained closer to the
“democracy of balance” in which popular sovereignty is restricted to the electoral
arena, while Chávez’s government (“government of ruptures”) approached more
participatory democracy. However, the Lula government (“moderate government”)
positioned at an intermediate point between the two cases. Originality: Most
studies on le-wing governments and democracy focus on the hegemonic theory
of democracy. However, this article sought to analyze le-wing governments based
on the concept of participatory democracy proposed by Macpherson (1978) that
includes participatory democracy as the perfection of liberal democracy.
KEYWORDS: Le-wing governments; participatory democracy; Latin America;
Brazil; Chile; Venezuela.
Los impasses a la democracia participativa en los gobiernos
de izquierda: los casos de Brasil, Chile y Venezuela
RESUMEN: Objetivo/contexto: Este artículo tiene como objetivo analizar si hubo
avances de los gobiernos de izquierda, especícamente, de los gobiernos de Lula da
Silva en Brasil (2003-2010), de Hugo Chávez en Venezuela (1999-2013) y de Michelle
Bachelet en Chile (2006-2010) en la conformación de una democracia participativa.
Metodología: La investigación fue orientada por un análisis comparativo a partir de
dos dimensiones: a) correlación de fuerzas políticas y económicas (con la oposición
partidista, sectores empresariales, mediáticos y de la iglesia) y b) recursos políticos

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