Percepciones de investigadores de ciencia de la informacion sobre los conceptos de mediacion. - Vol. 39 Núm. 2, Mayo - Mayo - Mayo 2016 - Revista Interamericana de Bibliotecologia - Libros y Revistas - VLEX 645352265

Percepciones de investigadores de ciencia de la informacion sobre los conceptos de mediacion.

AutorBortolin, Sueli

A percepcao de pesquisadores da ciencia da informacao quanto aos conceitos de mediacao

Scientific researchers' perceptions regarding information on mediation concepts.

  1. Introducao

    Hoje, mais do que nunca, entende-se a necessidade do acesso a informacao. Contudo, preocupa-se, de que forma acontece esse acesso, visto que trabalhar com a informacao nao e simplesmente disponibiliza-la; muitas vezes e imprescindivel algum agente mediador. O acesso so acontece com entendimento e apropriacao, em muitos casos nao existe conhecimento suficiente para entender e apropriar, quando existe essa distancia entre o sujeito e a informacao, se faz importante um processo comunicacional que na Ciencia da Informacao e conhecido como Mediacao da Informacao.

    A Mediacao da Informacao estudada neste ambito tem como preocupacao a forma como uma pessoa tem acesso a informacao, ou seja, a intervencao no momento da aquisicao, da recepcao e da apropriacao da informacao. A Mediacao da informacao neste conceito comunicacional de interacao entre individuos e percepcao simbolica, gera outro entendimento acerca desse termo, que e a Mediacao como uma pratica.

    Ha, no entanto na CI pensamentos distintos, porem focalizados em um mesmo ponto, a transmissao do conhecimento que gera uma mudanca drastica no papel do profissional da informacao. Para Silva (2010): Paul Otlet e Ranganathan inauguram essa visao de que a biblioteca nao e apenas um local de guarda de materiais fisicos do conhecimento. Que o profissional ali atuante necessita se conectar com a comunidade e disseminar os seus conteudos.

    Ainda segundo Silva (2010), um dos primeiros a perceber a Mediacao como papel do profissional e Ortega y Gasset, porem a visao do filosofo espanhol nao e a de mediador como disseminador, mas de censor.

    Ortega y Gasset percebia o bibliotecario como um policial do livro: "O livro aparecia-lhe como fonte de conflito e implicava, consequentemente, uma mudanca de postura, uma aposta mediadora radical, de afrontamento do problema e de accao." (Silva, 2010, p. 20).

    Esses pensamentos mesmo que distintos, sao caracterizados pelo seu periodo. Falar que os tres pensadores sao produtos de seu tempo e truismo, pois sao contemporaneos, viveram a sociedade pos-industrial e se aproximavam da ideia de sociedade em rede. Portanto, nao padeciam da rigorosidade, percebiam as mudancas na funcao do bibliotecario, sabiam que o suporte fisico nao era o limite de seu labor.

    Hodiernamente sabe-se que a principal funcao do bibliotecario e servir de processador e filtro, sendo uma funcao perigosa, pois e necessario que seja consciente e coerente com as necessidades do usuario (Valentim, 2000). Nao servir de policial como queria Ortega y Gasset, mas sim de intermedio entre o conhecimento e o usuario.

    O conceito de Mediacao tem sua interpretacao vinculada aos diversos exercicios e praticas que fazem parte da Biblioteconomia, porque foi por muito tempo, vinculada ao Servico de Referencia, porem percebe-se que a CI tem-se ocupado do assunto, encarregando-se da discussao conceitual do termo.

    Assim como a Ciencia da Informacao tem dificuldade em se conceituar, devido a diferentes visoes e escopos permitidos, a Mediacao no ambito da Ciencia da Informacao tambem e problematica quanto a sua definicao conceitual. A interdisciplinaridade da area permite o transito entre as fronteiras epistemologicas, fazendo assim que o conceito de Mediacao flane por diversos metodos.

    Para Almeida (2008), a falta de discussao dos pesquisadores da area acaba por transformar o conceito em algo amorfo e pouco caracterizado. Para ele nao e necessario que se discuta a ponto de definir o conceito Mediacao, mas e necessario que se estabeleca determinantes proprias, para que Mediacao nao se torne uma confusao semantica. "Como em muitos casos os textos sobre o tema--ou que, de alguma maneira, o abordam--consideram seu conceito intuitivamente assimilado, apreendido e compreendido." (Almeida Junior, 2009, p. 91).

    A heterogeneidade e caracteristica da pos-modernidade, e segundo Harvey (2008, p. 97), e um desligamento do pensamento moderno, muito proximo do positivismo. Nesse cenario que a fragmentacao, indeterminacao e a "[...] intensa desconfianca de todos os discursos universais ou totalizantes [...]" e que se percebe que a Mediacao esta inserida nas discussoes da CI.

    A ideia utopica de que o termo possa ser praticado pelos pesquisadores de forma semelhante nao e real. Davallon (2007) entende que as diferentes formas de se trabalhar o termo e para se abarcar todas as possibilidades interdisciplinares. As relacoes da Mediacao na Ciencia da Informacao compreendem: Linguistica, Ciencias Sociais, Historia, Semiotica, Pedagogia, Artes entre outras.

    Pensar como e de que forma utilizar a Mediacao e um processo real de estudo (Almeida, 2008). Tem-se que exercitar a realidade e as suas redes de relacoes, com o fazer cientifico. Para Capra (1996) as inter-relacoes sao a propulsao do mundo, nenhuma parte e fundamental, todas sao eventos oriundos dessas relacoes, portanto a Mediacao se apoiar em diferentes teorias e conceitos pode ser resultado de uma consolidacao estrutural da area.

    Capra (1996) argumenta que a ciencia nao esta mais baseada no metodo cartesiano, sendo assim, o observador e fundamental no entendimento do todo, antes se entendia o acontecimento como um processo independente. A Mediacao entao e cheia de diferentes visoes, pois epistemologicamente ela nao e analisada sobre o mesmo criterio. Diferentes posicoes epistemologicas produzem diferentes manifestacoes cientificas.

    Morin e Wulf (2003) atentam para esse fato da inter-relacao, avaliam que o mundo e inter-relacionado, sendo assim o fazer cientifico tem que responder essa caracteristica. E para que o conhecimento seja pertinente, e necessario que exista uma contextualizacao. Nao se pode pensar e produzir conhecimentos em fatos isolados fechados em sua propria caracteristica.

    Dentro do exposto, questiona-se: qual e o conceito e as relacoes de Mediacao da Informacao para os pesquisadores brasileiros em Ciencia da Informacao?

  2. Mediacao da Informacao: Definicoes e Usos

    A Mediacao da informacao e um conceito que, apesar de muito trabalhado na Ciencia da Informacao, ainda nao exibe uma discussao mais aprofundada, deixando-a assim com dificuldades de demonstrar seus limites e paradoxos (Almeida, 2008). Esse problema de conceituacao acontece concomitantemente a busca da CI em se definir. Em cada regiao do mundo a CI e caracterizada de uma forma, portanto e natural que conceitos distintos tambem sejam criados conforme o interesse da area (Silva, 2010). No Brasil a CI e fundamentada nas producoes estadunidense, producoes essas que sao voltadas para a concepcao tecnologica e organizacional da CI.

    Assim, pensar o processo de conceituacao da Mediacao no Brasil esta intrinsicamente relacionado a transpor o aspecto de organizacao e representacao, e partir para as caracteristicas sociais da CI. Perceber a dificuldade desse procedimento e incluir o conceito que alguns pesquisadores brasileiros estao se pautando nos servicos de unidades de informacao. Muitas vezes o conceito de Mediacao esta aproximado com o setor de referencia, no entanto, nao e apenas ali seu espaco de atuacao (Almeida Junior, 2009). Mediacao nao precisa ser institucionalizada como um servico.

    Jean Davallon (2007) afirma que a conceituacao de Mediacao encontra-se diversas vezes definida em textos da Ciencia da Informacao e da Comunicacao. Tornar um conceito em algo cientifico e um trabalho que necessita estudo e embasamento teorico, mas, mais do que isso, de um corpus teorico; sendo que a dificuldade esta em a Mediacao ser mais pratica que teorica, por isso, muitas vezes o termo estar ligado ao setor de referencia, ou seja, um servico, pois a utilidade pratica e a forma de execucao, sua acao, nao faz com que o pesquisador a pense cientificamente, e se volte para o carater tecnocratico e tecnologico da CI.

    Encontram-se tambem definicoes cientificas de Mediacao informacional como um processo a partir do qual os atores, "[...] situados em campos historico-culturais de conflito e contradicao, negociam, disputam e confrontam sentidos simbolicos destinados a leitura, apreensao e nomeacao do real." (Martins, 2010, p. 209). Sendo assim, nao muito distante do conceito do senso comum, mas em que...

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